O mito do perfil pessoal

Nossa aluna Flávia Cardoso, da 2a turma da Pós Graduação em Marketing Digital escreveu um excelente texto e estamos publicando aqui. Vale a reflexão. Valeu Flávia, parabéns!

 

Cena 1: Pessoa reclamando sobre um cliente em seu perfil pessoal no Facebook.

Cena 2: Pessoa reclamando em seu perfil pessoal no Twitter que tem que ficar até mais tarde no trabalho.

Cena 3: Pessoa falando mal ou expondo um colega de faculdade/trabalho em seus perfis pessoais nas redes sociais.

Três situações que todo mundo já viu ou ouviu falar com toda certeza. E, pior, talvez também já tenha cometido.

Isso acontece porque as pessoas ainda não perceberam que, na internet, não existe o “pessoal”, mas sim o “social”. Mesmo que o seu perfil seja bloqueado, todas as informações que você divulga, seja para um grupo de 1000, seja para um grupo de 100, estão expostas e sujeitas a serem compartilhadas pelos quatro cantos na mesma velocidade da luz, inclusive para pessoas que você não tem no seu círculo de amigos ou seguidores.

Recentemente, tive que desligar um colaborador que falou mal de um cliente em sua página no Facebook. Não por maldade, mas por pura inocência. O erro foi ter acreditado que, por ser sua página pessoal, pudesse escrever o que quisesse.

Atitude radical o desligamento? Afinal, é a sua página, você pode escrever o que quiser, correto? Errado!

Nunca estivemos tão expostos e sujeitos a análises e julgamentos. Estou avaliando cerca de 100 currículos por dia e me deparei com perfis ótimos, com bagagem profissional excelente, mas, quando fui checar o perfil no Twitter e no Facebook, não fiquei satisfeita com a postura e com o que compartilhavam diariamente. E eu não sou exceção! Em julho desse ano, a Info Exame publicou uma matéria que trazia números de uma pesquisa realizada com 800 executivos de Recursos Humanos dos Estados Unidos, onde 55% admitiram ficar de olho no Facebook na hora de contratar profissionais.

Ou seja, você não pode escrever o que quiser na sua página ou no seu Twitter, a não ser que você não esteja preocupado em ser avaliado quando for pleitear uma vaga de emprego.

Cada vez mais as pessoas usam as redes sociais para desabafarem, lavarem roupa suja, reproduzem cada passo dado em sua vida “offline”, como se superexposição fosse sinônimo de transparência, e postam informações sem nenhum tipo de filtro, sem parar para pensar antes de enviar.

Há tempos acompanhamos dicas, lições e cases sobre o que devemos fazer ou não para os clientes nas redes sociais. Também há matérias e discussões interessantes sobre etiqueta digital. Mas a maioria das pessoas ainda não internalizaram que o mundo real não é diferente do mundo virtual. Não existe mais On e Off. Portanto, da mesma maneira que temos que preservar a nossa imagem, postura e o relacionamento que mantemos com as pessoas no dia a dia, temos que redobrar esse cuidado em nossos perfis sociais virtuais.

Sobre Felipe Morais

Especialista em planejamento estratégico digital
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Uma resposta para O mito do perfil pessoal

  1. Vanessa Xavier disse:

    Me fez lembrar de um episódio de anos atrás, quando a Internet ainda era recém-nascida no Brasil: participei de um workshop em que a Casa da Notícia também palestrou, portanto conhecia e tinha amizade com muitos dos palestrantes. Após o encerramento já dentro do elevador (eu e mais duas pessoas, que eu não conhecia), uma moça começou a falar mal de um dos palestrantes para a outra pessoa. Achei a atitude péssima, afinal havia alguém desconhecido no elevador. Dias depois descobri que ela era funcionária da empresa daquele palestrante.
    Hoje, na redes, essa descoberta é imediata! Brasileiro gosta de criticar, muitas vezes coisas que nem conhece bem.

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